O SPES Coimbra, responsável pela preparação para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Instituto Universitário Justiça e Paz (IUJP) convida-te a participar no encontro com o Doutor Álvaro Laborinho Lúcio.
O encontro é aberto a todos os jovens com gosto de se aproximar da JMJ.
15 DE MARÇO DE 2023
Tema: A Palavra
«No nosso tempo, quem somos nós? O que queremos? Para onde vamos?
Capazes de usar A Palavra, o que fazemos dela? O que fazemos com ela?».
Com Álvaro Laborinho Lúcio
Escritor, Antigo Ministro da Justiça,
Membro da Comissão Independente
para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja
No IUJP
Couraça de Lisboa, 30
Este encontro integra um percurso mais alargado de encontros mensais de preparação espiritual para a JMJ.
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A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) é um encontro dos jovens de todo o mundo com o Papa. É, simultaneamente, uma peregrinação, uma festa da juventude, uma expressão da Igreja universal e um momento forte de evangelização do mundo juvenil. Apresenta-se como um convite a uma geração determinada em construir um mundo mais justo e solidário. Com uma identidade claramente católica, é aberta a todos, quer estejam mais próximos ou mais distantes da Igreja.
A JMJ 2023 decorrerá em Lisboa, entre 1 e 6 de agosto de 2023. Na semana anterior, por todo o território nacional, decorrerão os Dias nas Dioceses. A Diocese de Coimbra conta acolher, nessa semana, mais de 15 000 jovens peregrinos de todo o mundo, entre 26 e 30 de julho de 2023.
o olhar no tempo
José Maçãs de Carvalho, dezembro de 2022
A fotografia é sempre uma linguagem por decifrar mas também é sempre um suplemento do discurso. Por mais exausta que esteja neste nosso tempo híper mediático continua a interrogar-nos quando a vemos impressa e exposta.
Jacques Rancière nota que a fotografia se instala num regime que articula o dizível e o visível, articulando-se numa dinâmica que oscila entre a vontade de semelhança e o destino da dissemelhança. Por mais que sejam justas com o real também dele se afastam por via da composição e do recorte: selecionar é excluir!
A virtude desta análise de Rancière, no livro “O destino das imagens (2003)”, passa pela releitura de outra grande obra para a clarificação da essência da fotografia, a “Câmara Clara” (1980) de Roland Barthes. Neste contexto interpretativo o autor refere que a fotografia constrói uma “dupla poética para a imagem”, substanciado na afirmação de que as fotografias são “testemunhos visíveis de uma história” ou “puros blocos de visibilidade” resistentes a uma narrativa, por vezes alternativamente, outras vezes simultaneamente.
Nesta medida, pensamos que o ensaio visual desenvolvido pela Sofia Martins e pelo João Neves (ambos frequentaram as minhas aulas de Fotografia na Universidade de Coimbra quer no Departamento de Arquitetura da FCTUC, quer na FLUC) se afasta do registo documental clássico e aproxima-se daquilo a que chamamos, na atualidade, um registo pós documental.
Estas imagens estão na intersecção com o documental que traz um desejo de real, transfigurado pelas fotografias. O que nos é dado a ver são fragmentos de uma instituição a partir dos quais se sente (com o olhar) como aí se vive. Nunca há a pretensão de mostrar a totalidade mas sim aproximarmo-nos dela, recolhendo os vestígios do tempo, da luz ou dos rituais.
Giorgio Agamben escreveu que “os que coincidem de um modo excessivamente absoluto com a sua época, que concordam perfeitamente com ela, não são contemporâneos, porque, justamente por essa razão, não conseguem vê-la.” (“O que é o contemporâneo? E outros ensaios.”, 2009). Direi que este ensaio visual tem um forte acento contemporâneo, não por ser atual mas, — voltando ao autor — porque “… mantém o olhar fixo no seu tempo, para perceber não as suas luzes, mas sim as suas sombras.” A sombra como produção neurofisiológica e não como privação do visível.
Nas sombras, com a luz, vai-se desenhando um retrato temporal da instituição, feito lentamente. Em cada fotografia os autores imprimem uma subjetividade contida e pensativa, construindo imagens correlativas dos lugares circundantes e interiores, posicionando-se no real de forma poética, ora testemunhando a história da casa, ora trazendo o espanto do visível.
“O caminho da sinodalidade é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milénio” – palavras do Papa Francisco que nos convidam a percorrer um caminho de COMUNHÃO, PARTICIPAÇÃO E MISSÃO.
O objectivo deste Sínodo 2021-2023 é escutar, com todo o Povo de Deus, o que o Espírito Santo está a dizer à Igreja. Nesse sentido, procurámos que esta síntese fosse «fiel às vozes do povo e a tudo o que emergiu do seu discernimento e diálogo, mais do que uma série de afirmações generalizadas ou doutrinalmente correctas» (Vademecum Apêndice D).
No Instituto Universitário Justiça e Paz (IUJP), numa organização que mobilizou 33 voluntários, criámos 15 pequenos grupos com um total de 127 pessoas, vindas das várias Instituições de Ensino Superior de Coimbra e da cidade, entre as quais:
- 72 estudantes (a maioria participou na escuta dentro de dois encontros de preparação da JMJ 2023; um grupo, que incluía estrangeiros e crentes de outras religiões, foi escutado na sua própria residência de estudantes);
- 11 membros do Coro D. Pedro de Cristo;
- 44 não estudantes participantes dos grupos do IUJP e da assembleia dominical das 19 horas na Sé Nova
Em complementaridade, na Capelania da Universidade, para a elaboração de um segundo documento-síntese, um grupo de 29 voluntários do caminho sinodal (coordenadores, moderadores, secretários) organizou a reunião e contributo de 13 pequenos grupos, com um total de 87 pessoas, entre os quais 31 funcionários do Corpo Técnico das Instituições de Ensino Superior, 29 professores do Corpo Docente das Instituições de Ensino Superior e ainda 27 membros da assembleia dominical e Coro da Capela (CCUC), com algumas participações individuais através de formulário da Internet.
A Pastoral do Ensino Superior de Coimbra, através do Instituto Universitário Justiça e Paz e da Capelania da Universidade de Coimbra levou a escuta sinodal a um total de 214 pessoas:
- pessoas ligadas e não ligadas à Igreja;
- pessoas de outras confissões cristãs ou religiões, especialmente muitos estudantes muçulmanos;
- jovens que se sentem nas periferias, alguns em risco de abandono do ensino superior e de exclusão social;
- professores do ensino superior;
- membros do corpo técnico (funcionários) da Universidade e de outras escolas e institutos do Ensino Superior em Coimbra.
A.M.D.G.
Leia Aqui a Síntese da Escuta